Agricultura de Precisão

A essência da agricultura de precisão está no aumento da produtividade da lavoura. Efeito obtido por meio de tecnologias e conhecimentos que permitem analisar a desuniformidade de uma unidade produtiva e propor uma resposta a essas oscilações.

Esse conceito, considerado uma forte tendência na agricultura, figura-se como uma nova revolução no cultivo de diferentes espécies. Servindo para que o produtor rural obtenha ganhos expressivos nas colheitas e também minimize impactos no meio ambiente.

O que é agricultura de precisão?

A Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP) define a AP como um sistema de gerenciamento agrícola baseado na variação espacial e temporal da unidade produtiva, visando o aumento de retorno econômico, a sustentabilidade e a minimização de impactos ao meio ambiente.

Partindo do pressuposto de que uma fazenda não é homogênea, busca-se meios de mapeamento de cada pedaço de terra, com o máximo de precisão possível. Leva-se em consideração as características físicas e químicas do solo, produtividade, especificidades das plantas que serão cultivadas e necessidades de fertilizantes e adubos para cada área.

Quando esse conceito surgiu?

O desenvolvimento e aprimoramento de algumas tecnologias foram cruciais para que a agricultura de precisão fosse posta em prática, como a popularização do GPS de alta precisão, sistemas de informação geográfica e monitoramento de colheita.

O conceito de agricultura de precisão se tornou mais conhecido por volta da década de 1980, nos Estados Unidos. No Brasil, essa maneira de fazer agricultura surgiu nos anos 90, capitaneada pela inserção no mercado de máquinas agrícolas com tecnologias GPS e computadores de bordo com mapas de produtividade.

Entretanto, foi a partir dos anos 2000 que surgiram as primeiras empresas especializadas em interpretar os dados dos mapas de produtividade e propor recomendações aos produtores agrícolas. Além disso, surgiram no país as primeiras máquinas capazes de aplicar fertilizantes em taxas variáveis.

Tecnologia em prol da agricultura

Dentre as tecnologias disponíveis mais utilizadas na agricultura de precisão, encontram-se:

• Sistema de posicionamento global (GPS);
• Tecnologia de aplicação em taxa variável (VRT);
• Sistemas de informações geográficas (SIG);
• Monitoramento das áreas (Crop Scouting);
• Sensoriamento remoto;
• Monitor de colheitas;
• Sensores de matéria orgânica;
• Clorofilômetros;
• Sensores de compactação (penetrômetros);
• Sensores de umidade, de pH e de nitrogênio no solo;
• Sensores de dinâmica da fertilidade;
• Proteína de grãos.

No Brasil, as principais tecnologias utilizadas na agricultura de precisão são:

Amostragem de solo georreferenciada

Cria mapas com as particularidades da lavoura, visando orientar as aplicações de fertilizantes em taxas variadas conforme a necessidade de cada região.

Aplicação de fertilizantes em taxas variáveis

A quantidade de insumo é distribuída no solo conforme a demanda de cada ponto com o objetivo de tornar a unidade produtiva a mais homogênea possível.

Mapa de colheita

Informações geográficas que são armazenadas em banco de dados a cerca da produtividade da unidade produtiva

Sensoriamento remoto

Com base em informações obtidas por meio de imagens de satélite, é feito o monitoramento e avaliação da lavoura em relação ao nitrogênio do solo, composição, salinidade, incidência de pragas e doenças. Algumas dessas informações são complementadas por sensores de solo.

Hoje, os Estados brasileiros que mais fazem uso da agricultura de precisão são: Goiás, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. Já nas culturas mais usadas estão a soja, milho, café, cana e feijão. A difusão de informações a respeito dos benefícios da AP para a agricultura, aliada às novas tecnologias devem representar um salto exponencial para essa prática nos próximos anos. Autoridades no assunto indicam que a agricultura de precisão pode impulsionar um aumento na produtividade da lavoura de até 67%.